Michaela Afonso - COLETIVO 21

Michaela A F

1957, Brasil. Vive e trabalha em São Paulo Formas orgânicas coloridas e ambiente onírico são atribuições que podem ser conferidas na pintura de Michaela A F. Seu trabalho fala do desconhecido que nos habita, que tem autonomia, algo enigmático e ambíguo. Até 2016, trabalhou com fundição de vidro desenvolvendo painéis e azulejos autorais e dando início a uma pesquisa sobre transparência e cor que perpassa toda sua produção Recentemente sua pesquisa vem se materializando no tridimensional, em objetos e instalações. Formada em Economia pela UNICAMP (1979) e Arquitetura pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo (2001). Entre as exposições mais relevantes destaca-se 2023 / exposição individual “Dea Liquidus” no Museu de Arte de Blumenau SC / exposição coletiva “Em tempos como estes” curadoria Erica Burini – Galeria Marilia Razuk SP / exposição coletiva “Memórias do Futuro” curadoria Shanonn Botelho – Memorial Getúlio Vargas RJ – 2022. Em 2022, participou da residência artística SP_01, da Galeria Tato SP, e da residência artística do Estúdio de Pintura Apotheke – UDESC Florianópolis.

Sinestesia – o sabor das cores

A presente exposição explora em profundidade as semelhanças entre o mundo do vinho e da pintura, destacando os seus componentes físicos, químicos e o seu impacto sensorial nos indivíduos. O pensamento visual dos trabalhos apresentados baseia-se no conceito de sinestesia. Esta abordagem inspira-se numa análise empírica das semelhanças entre as características do vinho e da pintura, como a transparência e a intensidade, termos partilhados pelas duas disciplinas artísticas. A artista mergulhou então numa exploração aprofundada dos elementos comuns aos dois domínios, questionando o impacto semelhante do vinho e da pintura em quem os prova e contempla.

Os trabalhos desta série, produzidos em diversos suportes como tecidos transparentes, telas e vidros, bem como a utilização de técnicas de fabricação variadas, resultam dessa abordagem de pesquisa. Esta exposição pretende despertar a alma dos visitantes e provadores, bem como dos criadores, numa época em que a agitação do mundo moderno desloca as nossas raízes e nos distancia dos tesouros da experiência humana. Ao despertar todos os sentidos, surge um caminho para uma reflexão mais profunda e uma saúde mental plena, porque os nossos sentidos, estes portais para o mundo, tecem os primeiros elos entre o nosso ser e o universo que nos rodeia.

A exposição Sinestesia – o sabor das cores explora em profundidade as semelhanças entre o mundo do vinho e da pintura. Jean Claude, enólogo e eu, artista visual, começamos a pensar esse projeto juntos na Mediateca Edmon Charlot, em Pezenas França, onde animamos o tema com uma conferência sobre o vinho no Brasil e uma oficina de pintura.